África
África receberá um carregamento humanitário de fertilizantes russos
A empresa russa Uralchem, uma das maiores produtoras e exportadoras mundiais de nitrogênio, potássio e fertilizantes complexos, fornecerá gratuitamente seus produtos (ureia ou fertilizantes compostos) para a África.
Este projeto da Uralchem é implementado de acordo com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 2 da ONU "Erradicar a fome, garantir a segurança alimentar e melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável". O projeto nesta fase prevê a entrega humanitária do primeiro lote de 25 mil toneladas para a República do Togo (porto de Lomé).
Como Dmitry Konyaev, CEO da Uralchem, comentou: "Em meio a esta complicada situação geopolítica, que afetou significativamente as condições do mercado global para produção e consumo de fertilizantes, a Uralchem está pronta para fornecer suporte aos produtores agrícolas na África fazendo um envio gratuito de alguns dos nossos produtos básicos e avançados. Como um ator-chave da indústria, entendemos o quão importante é apoiar a agricultura, tanto em nosso mercado doméstico quanto na África, que está passando por um período muito difícil de enfrentar esta crise econômica."
Pode-se notar que a iniciativa da Uralchem é a primeira e única do gênero no mundo entre as empresas privadas.
O embarque da carga humanitária da Uralchem para a África ocorre logo após a assinatura, em 22 de julho, em Istambul, do Memorando de Entendimento entre a Secretaria da ONU e a Rússia para promover alimentos e fertilizantes russos nos mercados mundiais. Do lado da ONU, o documento foi assinado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
A principal tarefa deste documento é garantir um fornecimento transparente e desimpedido de alimentos e fertilizantes, incluindo matérias-primas para sua produção, aos mercados mundiais. Estamos a falar, em particular, de eliminar os obstáculos nas áreas das finanças, seguros e logística, para conseguir isenções específicas para estes produtos das medidas restritivas impostas à Rússia. O prazo do memorando é de 3 anos.
Anteriormente, os EUA já haviam emitido uma licença geral permitindo transações com a Rússia relacionadas a fertilizantes, alimentos, sementes, bem como equipamentos médicos e medicamentos. A União Europeia, ao adotar o sétimo pacote de sanções contra a Rússia, também salientou que está empenhada em evitar quaisquer medidas que possam levar a uma diminuição da segurança alimentar em todo o mundo.
O beneficiário da Uralchem foi o ex-empresário russo Dmitry Mazepin, que caiu sob sanções da UE e vendeu uma participação majoritária na empresa. Os ativos da Uralchem na UE, incluindo seus terminais de transbordo de fertilizantes e amônia na Letônia, também estavam fora do controle da Uralchem, mas até agora foram restringidos pelas autoridades letãs devido a sanções. As autoridades estatais ainda não decidiram dar permissão para o trânsito de fertilizantes pelos terminais, nem mesmo para a importação de fertilizantes russos para agricultores letões.
A este respeito, são dignas de nota as recentes declarações de Josep Borrell, chefe da política externa da UE. Ele disse que a UE não descarta a possibilidade de introduzir mudanças parciais nas sanções contra a Rússia, caso tenham impacto indireto nos mercados de alimentos e fertilizantes. Isso foi noticiado pela agência de notícias espanhola EFE em 26 de julho. Segundo Borrell, há atores econômicos que estão "exagerando" diante das sanções. "Tendo a oportunidade de fazer o que não é proibido, eles não fazem", acredita Borrel. Ele argumenta que as sanções propostas pela comunidade contra a Rússia "excluem claramente alimentos e fertilizantes".
Martin Griffith, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Assistência de Emergência, disse em um briefing de 28 de julho que alimentos e fertilizantes russos são necessários nos mercados globais. "O mundo precisa de exportações de alimentos e fertilizantes russos. As conversas não foram sobre afrouxar as sanções, mas para remover os obstáculos às exportações. Tudo isso faz parte do mesmo pacote", disse ele, referindo-se ao acordo sobre exportação de grãos e ao memorando entre a Rússia e a ONU.
Talvez, para resolver o problema da crise alimentar, a comunidade mundial e os decisores na esfera do desenvolvimento sustentável devam reconhecer os fertilizantes como bens humanitários a par dos alimentos, medicamentos e outros bens vitais, e assim simplificar todos os procedimentos relacionados com a o fornecimento de fertilizantes para o mercado mundial.
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