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Análise: Uma vitória eleitoral de Meloni pode mudar o equilíbrio de poder da Europa

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O equilíbrio de poder da UE está em mudança, pois lida com a agressão da Rússia no flanco leste da Europa e as piores crises de energia e custo de vida desde décadas.

O governo mais direitista da Itália desde a Segunda Guerra Mundial será o de Meloni se ela vencer as eleições de domingo. Apesar dela minimizar seu passado de extrema-direita rachaduras apareceram em sua coalizão rsobre a política externa.

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Bernlusconi, cujo partido Forza Itália faz parte da coalizão de Meloni, disse que a Rússia foi "empurrada" para o conflito com a Ucrânia, ressaltando os desafios futuros para Meloni. Os comentários dele provavelmente afetará os aliados ocidentais.

Um funcionário da UE disse que "todos os olhos estão voltados para Roma neste momento".

Existe a preocupação de que uma "frente populista" possa se formar em Bruxelas, Paris e Berlim após uma vitória dos nacionalistas suecos. Isso bloquearia a tomada de decisões da UE, pois visa evitar a recessão e proteger as famílias da inflação.

Mario Draghi (ex-primeiro-ministro da Itália e presidente do Banco Central Europeu), elevou o perfil da Itália no cenário europeu e deu crédito ao Banco Central Europeu. Ele também apoiou o desejo do presidente francês Emmanuel Macron de uma integração mais profunda.

As intenções de Meloni podem ser menos claras. Enquanto ela apresenta seu partido Irmãos da Itália como uma força conservadora dominante que se afastou das raízes pós-fascismo, alguns eurófilos são céticos.

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"É preocupante que um estado membro fundador da UE esteja nessa situação. É uma ameaça para a UE e a Itália", disse Rolf Muntzenich, legislador do partido social-democrata do chanceler alemão Olaf Scholz.

A revista alemã Stern adornou sua primeira página com uma foto de Meloni, sob o banner: "A mulher mais perigosa da Europa".

Segundo fontes, Macron declarou em particular que estava preocupado com a vitória de Meloni. Macron expressou otimismo sobre as futuras relações com a Itália quando foi questionado publicamente.

NOVO ALIADO

A Hungria e a Polónia são dois exemplos de democracias europeias que foram testadas.

Apoiadores de Viktor Orban, primeiro-ministro nacionalista da Hungria, veem Meloni como uma oportunidade para Budapeste ganhar um novo aliado para combater o executivo da UE.

Zoltan Kiszelly (analista do Szazadveg, um think tank pró-húngaro), afirmou que Orban "provavelmente poderá depender do apoio da Itália em disputas de Estado de direito na UE".

As autoridades também estão otimistas em Varsóvia, onde o governo ultraconservador costuma estar do lado de Orban.

Zdzislaw Krasnodebskia (legislador polonês, Lei e Justiça) disse que os partidos de direita estão recebendo mais apoio do que nunca. "Esta é uma oportunidade para corrigir as políticas europeias."

Meloni, nascido em Roma compartilha as visões anti-imigração de Orban, bem como a promoção dos valores familiares tradicionais.

Ela, no entanto, prometeu política fiscal prudente continuar a unidade com os parceiros da OTAN e da União Europeia em apoio à Ucrânia contra a Rússia.

Em um vídeo, ela também tentou assegurar aos potenciais parceiros da UE suas intenções.

"Li que uma vitória dos Irmãos da Itália em setembro seria um desastre. Seria também uma virada autoritária. Isso levaria a Itália a sair do euro e outros absurdos. Ela disse que nada disso é verdade.

De acordo com analistas e autoridades europeias, Meloni está em contato próximo com o establishment de Draghi para suavizar a transição de poder e evitar que a Itália entre em crise em tempos de volatilidade econômica.

Marc Lazar, especialista em Itália do thinktank Institut Montaigne, com sede em Paris, afirmou que isso foi feito "para fazê-la perceber o quão importantes são certas questões e que não é possível errar".

NARRATIVA 'CÉU ESTÁ CAINDO'

Autoridades em Bruxelas não têm certeza de como Meloni administrará a parte da Itália do Plano de Recuperação Europeu, que deve desbloquear € 192 milhões em troca de reformas domésticas.

Também vale a pena notar que as taxas de juros da Itália estão subindo mais rápido do que as da zona do euro, levantando preocupações sobre a dívida da Itália.

Segundo uma fonte do governo francês, Macron conversará com Scholz sobre como lidar com a Itália nos próximos dias.

Autoridades do governo que está deixando a Itália alertaram Paris para não confrontar Meloni em público. Isso era para evitar empurrar Paris para um canto que poderia dificultar sua escolha, mas para fortalecer os laços com Orban.

Uma fonte francesa do governo disse que "os italianos que falaram comigo em Roma me diziam: não a coloque nos braços da Hungria".

Macron se absterá de usar a mesma linguagem combativa que usou contra Matteo Salvini (outro parceiro de coalizão de extrema direita de Meloni) durante a campanha eleitoral europeia de 2019. Ele a enquadrou como uma batalha existencial entre 'nacionalistas' e 'progressistas', de acordo com uma segunda autoridade francesa.

Pablo Simon, professor de ciência política da Universidade Carlos III, em Madri, sugeriu que uma vitória de Meloni poderia energizar partidos de extrema-direita em outros lugares, já que a espiral dos preços ao consumidor prejudica as famílias.

No entanto, funcionários da Casa Branca de Washington reagiram às preocupações.

Um funcionário dos EUA afirmou que "esse tipo de narrativa 'céu' sobre a eleição italiana não se alinha com nossas expectativas".

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O EU Reporter publica artigos de várias fontes externas que expressam uma ampla gama de pontos de vista. As posições tomadas nestes artigos não são necessariamente as do EU Reporter.

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