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Indicadores sérios nas relações internacionais

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À medida que a Finlândia e a Suécia se aproximam da candidatura formal à adesão à OTAN, Helsínquia reconhece a seriedade do período de transição que antecede a aprovação da adesão. Dado que este movimento contribui para a expansão da OTAN, que a deixará muito mais perto da porta da Rússia, o presidente Putin não ficará calado. Isso pode levá-lo a responder de alguma forma, escreve o analista político dos Emirados Árabes Unidos e ex-candidato ao Conselho Nacional Federal Salem AlKetbi (foto).

Ninguém pode adivinhar quais “ações militares e técnicas” o Kremlin ameaçou como uma possível resposta à adesão de dois países europeus à aliança. O perigo não reside apenas na possibilidade de escalada e confronto no contexto do alargamento da OTAN. Um complexo conflito ideológico está tomando forma no horizonte.

O Ocidente fala de valores compartilhados que unem seus países diante de regimes autoritários. Muitos políticos e elites ocidentais promovem a ideia de que a rejeição da Rússia aos regimes democráticos é a causa do que aconteceu na Ucrânia. Em ambos os lados, russo e ocidental, há uma recaracterização do que está acontecendo na Ucrânia sendo vendido.

O Kremlin agora vê a operação militar como uma resposta a uma ameaça existencial à Rússia, ou como disse um oficial russo: “Não estamos apenas lutando contra os nazistas na Ucrânia. Estamos libertando a Ucrânia da ocupação da OTAN e expulsando o pior inimigo de nossas fronteiras ocidentais”. Por outro lado, o Ocidente fala sobre a ameaça de regimes autoritários às democracias ocidentais.

Um jornal francês chegou a colocar a questão sob a manchete “A Rússia representa uma ameaça direta à ordem mundial?” Menciona conceitos políticos sensíveis nesta crise, como classificar o regime russo de “cleptocracia”, em oposição ao regime autocrático, uma noção tradicional que é frequentemente usada em circunstâncias normais.

De fato, a ajuda maciça dos EUA à Ucrânia, estimada em US$ 40 bilhões, além de ajuda humanitária e outras ajudas estratégicas, visa, segundo a maioria dos observadores, enfraquecer a Rússia e desencorajar qualquer desejo de se envolver em novos conflitos militares. Isso denota uma tentativa dos EUA de neutralizar a Rússia em qualquer possível conflito internacional com a China.

Os motivos desta ajuda são agora dirigidos principalmente à China. Em outras palavras, a guerra por procuração dos EUA contra a Rússia na Ucrânia acaba levando, de acordo com as percepções dos EUA, a isolar o poder chinês e privá-lo de um possível apoio russo.

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O perigo de tais esquemas é que o próprio presidente Biden admitiu que teme que o presidente Putin não tenha mais saídas para salvar a face após a crise na Ucrânia. Em vez de oferecer a ele essas saídas ou uma tábua de salvação, presumivelmente diplomaticamente, para resolver a crise, o Ocidente está exercendo pressão máxima sobre Moscou até que não tenha escolha a não ser capitular.

Este é um cenário completamente improvável, dado o desempenho da economia russa desde o início da crise, a mentalidade do presidente Putin e sua formação política. Além disso, há seu histórico profissional, ou preparação para uma longa guerra e um endurecimento de suas posições políticas e militares.

O cenário assombroso agora é que a crise ucraniana vai continuar e se espalhar geograficamente e estrategicamente para outros países e regiões, perturbando as economias de muitos países, causando sérias crises alimentares e econômicas que podem causar guerras paralelas e outras crises, à medida que o mundo se move para uma situação sem precedentes e caos incontrolável.

Aqui me lembro de uma notável declaração publicada pela revista americana Newsweek, por Dmitry Rogozin, chefe da agência espacial russa Roscosmos, na qual ele dizia que seu país poderia destruir países da OTAN em apenas 30 minutos em uma guerra nuclear.

Embora tenha alertado sobre as consequências da guerra nuclear para todo o mundo, a declaração em si é formidável e significa que a liderança russa considerou tal cenário e as possibilidades de recorrer a ele. O medo aqui é que o Ocidente aposte na ideia de que as armas nucleares russas são apenas uma ameaça.

Levar a Rússia a uma curva apertada sem uma saída adequada no horizonte não é nada racional. Portanto, não pode ser visto em termos de cálculos de benefícios e custos estratégicos ou regras tradicionais de gestão de crises. Toda a situação parece fora do contexto dos cálculos tradicionais que definiram guerras mundiais anteriores e crises internacionais. Na busca de soluções realistas para esta crise, todos devem pensar de forma diferente.

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O EU Reporter publica artigos de várias fontes externas que expressam uma ampla gama de pontos de vista. As posições tomadas nestes artigos não são necessariamente as do EU Reporter.

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