Crime
Operação espanhola derruba policiais e funcionários da alfândega que ajudavam a enviar cocaína e haxixe para a Europa
Com o apoio do Centro Europeu de Crimes Financeiros e Económicos da Europol, a Guarda Civil Espanhola (Guardia Civil) e a Polícia Nacional (Policía Nacional) desmantelaram uma rede de tráfico de droga que alegadamente dependia de agentes da lei e alfândegas corruptos para enviar centenas de milhões de euros de cocaína e haxixe para a Europa Ocidental.
Um total de 61 indivíduos foram detidos pelo seu envolvimento nesta operação criminosa, incluindo cinco agentes da Guarda Civil, um da Polícia Nacional e um das Alfândegas, que foram identificados graças à colaboração com a Europol e a Eurojust.
Essas prisões seguem uma longa investigação de 18 meses sobre duas gangues criminosas, conhecidas como 'Clan de Tanger' e 'Clan del Sur', que se acredita terem contrabandeado mais de 16 toneladas de cocaína e 150 toneladas de haxixe através do Estreito de Gibraltar para Espanha para posterior distribuição em toda a Europa. As drogas estavam escondidas entre carregamentos de tomates, melancias e melões. O grupo criminoso desmantelado é considerado a rede mais ativa a operar à volta do Porto de Algeciras.
Os policiais corruptos e os funcionários alfandegários foram pagos pela organização criminosa para garantir que as drogas não fossem interceptadas enquanto eram contrabandeadas no porto espanhol de Algeciras.
No âmbito da investigação, as autoridades espanholas realizaram 34 batidas policiais que conduziram a:
- A detenção de 61 indivíduos, incluindo 7 ao abrigo de Mandados de Detenção Europeus emitidos por outros países;
- Apreensão de 26 imóveis avaliados em mais de 3 milhões de euros;
- Apreensão de 17 veículos avaliados em mais de 400 000 euros;
- Apreensão em dinheiro de mais de 1 milhão de euros;
- Apreensão de mais de 83 toneladas de haxixe e 9 toneladas de cocaína.
O Centro Europeu de Crimes Financeiros e Económicos da Europol apoiou a investigação fornecendo informações úteis e apoio analítico. Em 11 de maio de 2022, duas equipes da Europol foram enviadas para a Espanha no dia da ação para facilitar o amplo intercâmbio de informações e fornecer suporte forense para os dispositivos eletrônicos apreendidos.
Casos como este envolvendo policiais e agentes alfandegários mostram o quanto a corrupção se infiltrou na sociedade. Na sua Avaliação das Ameaças à Criminalidade Organizada Grave de 2021, a Europol salientou que mais de 60 % dos grupos criminosos na UE praticam corrupção, tornando-a uma ameaça fundamental a enfrentar na luta contra a criminalidade organizada grave.
O Centro Europeu de Crimes Económicos e Financeiros da Europol criou uma equipa dedicada de peritos – conhecida como Projecto de Análise da Corrupção – para pôr cobro a esta situação.
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