Rússia
Chefe da ONU pede aceleração das exportações do acordo de grãos do Mar Negro
Secretário-Geral das Nações Unidas Antonio Guterres (foto) pediu uma aceleração dos embarques de grãos do Mar Negro dos portos ucranianos sob um acordo que permite exportações seguras em tempo de guerra, disse um porta-voz da ONU na terça-feira (20 de junho), enquanto a Rússia ameaça abandonar o pacto no próximo mês.
As Nações Unidas e a Turquia intermediaram a Iniciativa de Grãos do Mar Negro com a Rússia e a Ucrânia em julho de 2022 para ajudar a enfrentar uma crise alimentar global agravada pela invasão de seu vizinho por Moscou e bloqueio dos portos ucranianos do Mar Negro.
Mas as exportações de alimentos "caíram significativamente de um pico de 4.2 milhões de toneladas métricas em outubro de 2022 para 1.3 milhão de toneladas métricas em maio, o volume mais baixo desde que a Iniciativa começou no ano passado", disse o vice-porta-voz da ONU Farhan Haq.
Guterres ficou desapontado com a desaceleração das inspeções de navios e a exclusão do porto de Pivdennyi (Yuzhny) – um dos três portos ucranianos cobertos pelo acordo de exportação do Mar Negro.
"O secretário-geral pede às partes que acelerem as operações e as exorta a fazer o possível para garantir a continuação deste acordo vital, que será renovado em 17 de julho", disse Haq em comunicado.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na semana passada que a Rússia estava considerando retirar-se do acordo de grãos do Mar Negro.
O acordo do Mar Negro também permite embarques de amônia, mas nenhum aconteceu. A Rússia costumava bombear até 2.5 milhões de toneladas de amônia anualmente para o porto de Pivdennyi para exportação global. Mas o oleoduto foi fechado pela guerra e, no início deste mês, Moscou acusou as forças ucranianas de explodir parte do oleoduto.
Reiniciar o pipeline foi uma das várias demandas russas feito em negociações para estender o acordo de grãos do Mar Negro. No mês passado, começou a parar os navios que viajavam para o porto de Pivdennyi sob o acordo de grãos do Mar Negro até que o oleoduto de amônia fosse reiniciado.
Para convencer a Rússia a concordar com a iniciativa, um pacto de três anos também foi firmado em julho de 2022, no qual as Nações Unidas concordaram em ajudar Moscou a superar quaisquer obstáculos aos seus próprios embarques de alimentos e fertilizantes.
Embora as exportações russas de alimentos e fertilizantes não estejam sujeitas a sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia, Moscou diz que as restrições a pagamentos, logística e seguro representam uma barreira aos embarques.
A ONU confirmou que não pode fazer nada para resolver algumas das queixas centrais da Rússia, disse a agência de notícias estatal TASS, citando o Ministério das Relações Exteriores da Rússia na terça-feira.
Haq disse que as Nações Unidas estão "totalmente comprometidas" em apoiar a implementação da Iniciativa de Grãos do Mar Negro e o pacto para facilitar as exportações de alimentos e fertilizantes da Rússia.
"Isto é especialmente crítico agora que a nova safra de grãos começa na Ucrânia e na Federação Russa", disse ele.
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