O ministério do comércio da China diz que tomará "todas as medidas necessárias" em resposta a novas restrições dos EUA sobre a capacidade da gigante chinesa de tecnologia Huawei de usar tecnologia americana, considerando as medidas um abuso do poder do Estado e uma violação dos princípios de mercado, escreve PRESSÃO ASSOCIADA.
Um porta-voz não identificado citado no domingo (17 de maio) em um comunicado no site do ministério disse que as regulamentações também ameaçavam a segurança da "cadeia global industrial e de abastecimento".
“Os EUA usam o poder do Estado, sob a chamada desculpa de segurança nacional, e abusa das medidas de controle de exportação para oprimir continuamente e conter empresas específicas de outros países”, disse o comunicado.
A China vai “tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, disse o comunicado.
Sob as novas regras, os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usam tecnologia americana devem obter uma licença dos EUA para enviar semicondutores projetados pela Huawei para a empresa chinesa.
Os equipamentos de design e fabricação de chips usados nas fábricas de semicondutores do mundo são principalmente feitos nos Estados Unidos, então a nova regra afeta os produtores estrangeiros que vendem para a Huawei e afiliadas, incluindo a HiSilicon, que fabrica chips para supercomputadores com usos científicos e militares. O Departamento de Comércio dos Estados Unidos disse que as fundições estrangeiras receberiam um período de carência de 120 dias para os chips já em produção.
Huawei Technologies Ltd., a primeira marca de tecnologia global da China e fabricante de equipamentos de rede e smartphones, está no centro de um conflito EUA-China sobre as ambições de tecnologia de Pequim.
Autoridades americanas dizem que a Huawei é um risco à segurança, o que a empresa nega.
Não estava claro qual seria a forma da resposta da China, mas os lados já estão em um conflito profundo por causa das acusações dos EUA de roubo de direitos autorais e comércio injusto por empresas na economia chinesa fortemente controlada pelo Estado.
O Canadá prendeu o diretor financeiro da Huawei, Meng Wanzhou, filha do fundador da Huawei, em dezembro de 2018 em um caso que gerou furor diplomático entre os três países e complicou negociações comerciais de alto risco entre os EUA e a China. A China deteve dois canadenses em aparente retaliação pela prisão de Meng.