Ele também disse que a lei criminal, que pode condenar jornalistas a até 15 anos de prisão por divulgar informações falsas propositalmente, contradiz as cláusulas de liberdade de expressão na constituição russa e na lei de mídia que lhe davam o direito de opinar sobre a guerra.
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Jornalista russo desafiante diante de investigação de notícias falsas
Um repórter russo que está sendo investigado sob uma nova lei por divulgar deliberadamente informações falsas sobre a guerra na Ucrânia defendeu nesta quarta-feira suas alegações nas redes sociais de que as forças russas bombardearam uma maternidade.
Em uma carta aberta ao principal investigador da Rússia, Alexander Bastrykin, o proeminente jornalista Alexander Nevzorov disse que estava sendo culpado por tirar suas conclusões da mídia internacional, que teve acesso a provas do que aconteceu, e não do Ministério da Defesa russo.
"Convido você a encerrar este caso ridículo", escreveu Nevzorov, que tem mais de 1.6 milhão de assinantes em seu canal no YouTube, no Telegram.
A agência de aplicação da lei do Comitê de Investigação disse que abriu um processo contra Nevzorov por postar no Instagram e no YouTube que as forças armadas da Rússia bombardearam deliberadamente uma maternidade na cidade ucraniana de Mariupol.
Nevzorov disse que o caso contra ele foi um sinal para os jornalistas na Rússia de que "o regime não vai poupar ninguém e que qualquer tentativa de compreender a guerra criminosa terminará na prisão".
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a comentar o caso específico de Nevzorov, mas disse que a nova lei dura foi justificada pelo que ele chamou de a guerra de informações mais brutal que está sendo travada contra a Rússia.
A Ucrânia e seus aliados ocidentais condenaram o ataque ao hospital como uma atrocidade. A Rússia negou ter bombardeado o hospital, acusando Kiev de uma "provocação encenada".
A Rússia enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em 24 de fevereiro no que chamou de operação especial para enfraquecer as capacidades militares de seu vizinho do sul e erradicar pessoas que chamou de nacionalistas perigosos.
As forças ucranianas montaram forte resistência e o Ocidente impôs sanções abrangentes à Rússia para pressioná-la a retirar suas forças.
Na terça-feira, o parlamento da Rússia aprovou emendas ao Código Penal que expandiriam a nova lei para permitir que as autoridades processassem aqueles que supostamente espalharam informações falsas sobre o trabalho de órgãos estatais no exterior.
A agência de notícias estatal TASS disse que esses órgãos incluem embaixadas e instituições estatais como promotores, o ministério de emergências e a Guarda Nacional.
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