Parlamento Europeu
Parlamento vai investigar espionagem ilegal de jornalistas e políticos da oposição
A maioria no Parlamento Europeu é a favor da criação de uma comissão de inquérito para investigar a utilização ilegal do spyware Pegasus por alguns Estados-Membros da UE visando jornalistas, políticos da oposição e advogados. Além disso, o Grupo PPE planeja uma missão de apuração de fatos à Polônia no início de março para mapear completamente o alcance e as consequências do abuso da Pegasus.
“O abuso de Pegasus não é apenas uma questão polonesa ou húngara”, disse Andrzej Halicki MPE, vice-presidente da Comissão de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento. “É uma questão de nossa segurança na Europa, a segurança de nossos cidadãos e a supervisão das atividades dos serviços secretos.” Halicki fez esta declaração à margem do debate em plenário de hoje sobre o escândalo de vigilância internacional.
Para o deputado Jeroen Lenaers, porta-voz do Grupo PPE para as Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos, “é crucial que essa tecnologia não seja utilizada de forma ilegal ou arbitrária. Os exemplos perturbadores na Polônia e na Hungria são terríveis. A escuta ilegal de opositores políticos e jornalistas não é apenas contra a legislação da UE; é também contra valores fundamentais da UE, como a liberdade dos meios de comunicação social e a liberdade de expressão. No Parlamento Europeu, assumimos uma posição firme sobre esta flagrante violação de princípios democráticos fundamentais.”
O spyware Pegasus foi usado muito além de seu projeto original como meio de combate ao terrorismo. “O escândalo não é que as modernas tecnologias digitais sejam usadas pelos serviços secretos para combater efetivamente o terrorismo ou criminosos perigosos. Os serviços secretos devem, e na verdade devem, ter capacidades deste tipo à sua disposição. Mas há uma condição - eles não devem ser usados como armas em batalhas políticas nem contra processos democráticos, instituições, políticos ou jornalistas”, concluiu Halicki.
Os termos e o mandato da comissão parlamentar que analisa o escândalo Pegasus ainda estão a ser negociados pelos principais grupos políticos do Parlamento Europeu.
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