Rússia
A Cúpula Rússia-América em Genebra já é história: o que vem a seguir?
Assim, a intriga que durou quase seis meses em torno do contato de alto nível entre Moscou e Washington acabou. No entanto, ainda há muitas perguntas, escreve Alexi Ivanov, correspondente em Moscou.
Os presidentes e seus acompanhantes se comunicaram por quase 5 horas em diversos formatos, inclusive presencial. É óbvio que este tempo foi suficiente para expressar os mais acurados julgamentos e avaliações uns aos outros. Além disso, Biden garantiu a todos antes da reunião que expressaria firmemente a Putin as questões mais urgentes, na opinião de Washington e seus aliados, incluindo a questão de Navalny.
Ao mesmo tempo, a atitude alegre e otimista de Putin na entrevista coletiva após a cúpula demonstrou claramente que as acusações contra Moscou foram "ouvidas com atenção", mas é improvável que tenham consequências reais. Segundo o Kremlin, Navalny é um criminoso e sofreu um castigo merecido. Isso é exatamente o que Putin disse em frases perfeitamente compreensíveis em Genebra, rejeitando os duros ataques de jornalistas americanos programados para o sensacionalismo.
Putin, de acordo com analistas russos e ocidentais, conduziu de forma brilhante a coletiva de imprensa final, derrubando todo o modelo e claramente as perguntas de propaganda preparadas com antecedência por jornalistas americanos.
Em geral, ele foi franco, o que não acontece com seu colega Biden, que simplesmente leu um texto seco pré-preparado. A interação de Putin com jornalistas foi uma reminiscência de seus famosos discursos de várias horas na Rússia, que ele dá duas vezes por ano.
Obviamente, é muito cedo para falar sobre os resultados. Existem muitos bloqueios e questões não resolvidas entre os dois países. Isso inclui questões de estabilidade estratégica e controle de armas, bem como cooperação em questões internacionais agudas: terrorismo, clima, Afeganistão, Oriente Médio, Irã, Ucrânia e muito mais.
Vale ressaltar que na Ucrânia, o compromisso com os Acordos de Minsk como único mecanismo para alcançar a paz foi mais uma vez confirmado. É óbvio que esta notícia não despertou entusiasmo e alegria em Kiev, dada a atitude hipócrita do lado ucraniano em relação ao processo de Minsk.
O embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov, descreveu os resultados da reunião com mais precisão. Aliás, um resultado significativo da conversa entre os dois presidentes foi a decisão de devolver os embaixadores dos dois países.
O Embaixador Antonov, por sua vez, sublinhou que "quer aceitar a palavra dos seus colegas americanos", mas ao mesmo tempo apelou a que se olhe para os seus "assuntos reais".
Em geral, a conversa acabou sendo construtiva, enfatizou várias vezes o presidente Putin. É claro que não conseguimos discutir tudo em detalhes, mas tocamos em muitos tópicos: "Há muitos bloqueios, mas todos estão determinados a encontrar soluções."
O ex-presidente Trump já expressou muitos elogios a Putin (Putin em uma entrevista à NBC também disse boas palavras ao descrever Trump).
Trump chegou a dizer ao mundo inteiro que a Rússia "se tornou a única vencedora" no final da cúpula, o que obviamente é um exagero.
Moscou está pronta para trabalhar para melhorar o clima nas relações bilaterais. Certos sinais a esse respeito são emitidos periodicamente pelo lado americano, em particular pelo Secretário de Estado Blinken.
Só o tempo dirá se a cúpula de Genebra se tornará o ponto de partida para uma nova página no diálogo russo-americano. Pelo menos, o Kremlin espera que o humor da Casa Branca (foi Washington quem apresentou a iniciativa de realizar tal reunião) seja genuíno e sério.
Compartilhe este artigo:
-
Moldáviadias 3 atrás
Ex-Departamento de Justiça dos EUA e funcionários do FBI lançaram sombra sobre o caso contra Ilan Shor
-
Transportedias 4 atrás
Colocar o transporte ferroviário “no caminho certo para a Europa”
-
Mundodias 2 atrás
Denúncia do ex-emir do movimento dos moujahidines do Marrocos sobre as alegações formuladas por Luk Vervae
-
Ucrâniadias 3 atrás
Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE prometem fazer mais para armar a Ucrânia